A Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) divulgou o resultado final do Concurso Nacional de Cartazes, que, neste ano de 2024, teve como tema “Arte que transforma: celebrando a inclusão e os 70 anos da Apae do Rio de Janeiro”. No total, oito estados participaram do certame, cujo vencedor foi o artista Gabriel Milbradt Primo, atendido da Apae de Criciúma (SC). O concurso aconteceu na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), na última quinta-feira (17), e foi organizado por Sérgio Feldhaus e Deridiel Anastácio, respectivamente, coordenadores de Arte e Cultura da Fenapaes e da Federação das Apaes do Estado de Santa Catarina (Feapaes-SC).

A iniciativa teve por objetivo festejar os 70 anos da Apae do Rio de Janeiro, visando promover a criatividade e a expressão artística das pessoas com deficiência atendidas pela Rede Apae. Cada obra deveria destacar a relevância da primeira Apae do Brasil no processo de apoio, inclusão e desenvolvimento das pessoas com deficiência ao longo da história. A entidade completa sete décadas no dia 11 de dezembro, mesmo período em que acontecerá o XII Festival Nacional Nossa Arte, no Expo Mag, na capital carioca.

Pelo regulamento, podem participar do Concurso Nacional de Cartazes pessoas com deficiência intelectual, associadas ou não a outras deficiências, matriculadas ou inscritas nas Apaes ou em instituições filiadas à Fenapaes, mediante comprovante de avaliação da equipe multidisciplinar e de autorização documental dos responsáveis. Para chegar à etapa nacional, o artista passa pela seletiva estadual. Cada unidade da Federação pode participar com um trabalho selecionado no Concurso Estadual.

Para Deridiel Anastácio, a valorização e a inclusão da pessoa com deficiência em concursos têm um impacto profundo e transformador. “Quando abrimos espaço para que todos expressem as suas ideias, os seus sonhos e a sua criatividade, nós estamos não só promovendo a diversidade artística, mas também reconhecendo o potencial de cada indivíduo”, destacou.

O coordenador acrescentou que o Concurso de Cartazes é uma iniciativa ímpar, pois permite que a pessoa com deficiência se sinta vista, ouvida e respeitada, mostrando, consequentemente, que a arte é uma linguagem universal, sem barreiras. “Valorizá-las em concursos é uma maneira de nós fortalecermos o protagonismo delas, inspirando assim uma sociedade mais justa, igualitária e consciente da riqueza que a inclusão traz para todos”, frisou.

O concurso contou com a participação de um júri composto por profissionais das artes visuais, a exemplo de Alan Figueiredo, Gabriel Valga Ricardo, Laura dos Santos Goulart e Francine Nazário da Silva, todos sem vínculo com as Apaes. Os critérios de avaliação centraram-se na composição, originalidade, domínio técnico e criatividade das obras.

“Foi um processo rico, onde a diversidade dos trabalhos apresentados enriqueceu ainda mais a responsabilidade de selecionar as peças que melhor simbolizam essa importante história. Para os jurados, essa tarefa não foi somente um julgamento técnico, mas também uma oportunidade de vivenciar a arte como uma poderosa ferramenta de comunicação e inclusão. É uma jornada que fortalece cada vez mais o compromisso de todos com a causa do movimento apaeano”, disse Deridiel Anastácio.

Classificação final do Concurso Nacional de Cartazes:

1º lugar – Gabriel Milbradt Primo, de Criciúma (SC)

Obra: Inclusão e arte transformando vidas

2º lugar – Jeferson Guimarães de Souza, de São Félix do Xingu (PA)

3º lugar – Ketllen Naiara Galdino Morgenstern, de Borrazópolis (PR)

4º lugar – Tiago de Campos Quadros, de Espumoso (RS)

5º lugar – Jocélio Estevão, de Bom Jesus do Itabapoana (RJ)

6º lugar – Hérmias Haster, de Salvador (BA)

7º lugar – Fernando Kauã Silva de Souza, de Assú (RN)

8º lugar – Vinícius Neves da Silva, de Itaúba (MT)