Principal diagnóstico da realidade do Brasil, o Censo Demográfico sairá do papel em 2022, após 11 anos da realização do último. Previsto na Lei nº 8.184/1991, o censo é feito em todo o país, a cada dez anos, e tem por objetivo produzir diversas informações a respeito da população para definição de políticas públicas e tomada de decisões de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo. Pensando em contribuir com a nova pesquisa com informações relativas às pessoas com deficiência, a Apae Brasil propõe às Apaes e coirmãs filiadas procurarem as prefeituras, que auxiliam o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a promover o censo.
Cerca de 213 milhões de habitantes, em mais de 70 milhões de domicílios, serão visitados pelos recenseadores nos 5.570 municípios. A expectativa é que as entrevistas comecem em junho, no máximo em agosto. São necessários três meses para fazer a coleta de dados. A operação deveria ter ocorrido em 2020 – a última foi em 2010 –, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19. Já em 2021, o Orçamento não trouxe a verba necessária, o que ocasionou um novo adiamento. Neste ano, o levantamento será realizado por causa de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com Jorge Amaro de Souza Borges, professor e pesquisador do Instituto Apae Brasil de Ensino e Pesquisa e doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), geralmente são as prefeituras responsáveis por dar condições para a realização das Reuniões de Planejamento e Acompanhamento do Censo (Repacs). Essas reuniões ocorrem ao longo da implementação do censo e contam com a participação de gestores, câmaras municipais e a sociedade civil.
Amaro sugere que as Apaes e coirmãs filiadas busquem as prefeituras para obter mais informações sobre as Repacs e os postos de coleta, já que cada município possui sua particularidade. Além disso, ao enfatizar que o Censo Demográfico é a principal fonte de dados das pessoas com deficiência no país, o pesquisador gaúcho frisa a necessidade de a Rede Apae Brasil se mobilizar e participar de forma ativa e efetiva, a fim de gerar dados e estratégias que permitam solucionar desafios.
“Somos uma instituição que há 67 anos luta pela defesa e garantia de direitos dessas pessoas e presta um trabalho fundamental e de qualidade a elas e suas famílias nas cinco regiões do Brasil. Ou seja, a experiência e o nível de conhecimento e informações que o movimento apaeano tem a respeito dessa população vai contribuir para o sucesso da pesquisa, tornando-a imprescindível para o planejamento público e privado da próxima década”, afirma.