Uma das personagens mais icônicas da história em quadrinhos do Brasil comemora seis décadas de existência. Estamos falando da adorável Mônica, membra da famosa Turma da Mônica. Para celebrar esse marco histórico, está sendo realizado o espetáculo circense intitulado “Mônica 60”, que retrata a trajetória cativante dessa personagem. E a Apae não podia ficar de fora, pois, desde sempre, os gibis da Turma da Mônica prezam por transmitir ensinamentos que abordam a inclusão das pessoas com deficiência. Entre os talentosos artistas selecionados para integrar o musical está o jovem Gabriel Vitor Conceição, que é assistido pela Apae de Campo Mourão (PR).

Gabriel, que possui deficiência intelectual e física, tem brilhado com a sua habilidade com malabares, aprendida por meio de um dos projetos socioassistenciais da Apae. O jovem diz ser grato a Delmira Piassa, educadora social do serviço socioassistencial da instituição.

“A Apae teve um grande impacto em minha vida ao me incentivar a aprender malabarismo, por meio da professora Delmira, que reconheceu o meu talento e me apoiou incansavelmente. Isso significou muito para mim, pois pude enxergar que, mesmo com a minha deficiência, sou capaz de alcançar tudo o que desejo”, recorda Gabriel, cuja determinação foi fundamental para superar as adversidades. “O meu maior desafio no malabarismo foi dominar as manobras com objetos circenses, mas pude superá-lo por meio de muito treino, dedicação e esforço", acrescenta.

O artista se apresentou no espetáculo on-line “Sou Arte”, que fez parte da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 2020. O vídeo da atuação foi encaminhado para o processo de seleção. Gabriel e os pais, Adriana e Luciano Conceição, se emocionaram com o resultado.

"Estamos imensamente felizes com esse convite. Esse sempre foi o meu maior sonho. Gosto de ver as pessoas felizes com as apresentações que faço, deixá-las com um brilho no olhar", diz o malabarista, que aproveita para mandar um recado. “Nunca desistam dos seus sonhos. Com dedicação, esforço e persistência, tudo é possível na vida”, enfatiza.

Respeito

Além de proporcionar aventuras divertidas, as histórias da Turma da Mônica também se destacam por ensinar importantes valores, a exemplo do desenvolvimento da empatia, de lidar com sentimentos, da valorização da amizade e da aceitação das diferenças. Essa abordagem inclusiva é primordial para promover o respeito e a tolerância, tanto para crianças quanto para adultos.

Nos últimos anos, testemunhamos a criação de diversos personagens com deficiência na Turma da Mônica: Luca tem deficiência física; Tati, síndrome de Down; Dorinha, deficiência visual; André, transtorno do espectro autista (TEA); Humberto, deficiência auditiva; e Edu, a rara Distrofia Muscular de Duchenne (DMD).

A assessora técnica de Assistência Social da Federação Nacional das Fenapaes (Fenapaes), Ivone Maggioni Fiore, exalta a participação de Gabriel Vitor e o destaca como artista talentoso, que superou desafios e encontrou espaço no palco do circo. Além disso, Ivone ressalta que o rapaz é uma prova concreta de que o respeito à diversidade e a promoção da inclusão são fundamentos essenciais para uma sociedade mais justa e igualitária.

“Que a Turma da Mônica continue nos ensinando a valorizar as diferenças de cada indivíduo, e que nós, da Apae, continuemos com a nossa missão de promover inclusão e acolhimento, para que todos possam se sentir protagonistas de suas próprias histórias, assim como o Gabriel Vitor, que agora brilha nos palcos, emocionando e inspirando a todos com sua arte e determinação”, finaliza Ivone.