Ana Carolina Santana e Felipe Menezes
29/08/2025
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O presidente da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), prof. Jarbas Feldner de Barros, esteve nesta quinta-feira (28) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador, para participar do ato público “Inclua nossa voz: protagonismo, inclusão e cidadania da pessoa com deficiência”, promovido pela Federação das Apaes do Estado da Bahia (Feapaes-BA). Na oportunidade, o líder do movimento apaeano recebeu o Prêmio Reconhecer, que valoriza personalidades, instituições e projetos que têm se destacado no fortalecimento de luta pela defesa, garantia e promoção de direitos das pessoas com deficiência e suas famílias. Clique aqui para assistir.
A cerimônia também foi prestigiada pelo vice-presidente e o 1º diretor Financeiro da Fenapaes, Léo Loureiro e Narciso Batista, respectivamente; pelos presidentes da Feapaes-BA e da Apae de Salvador, Moana Meira e Derval Evangelista; pelos autodefensores estaduais, Ítalo Leonardo e Agda Alves; e pelos gerentes Administrativo Financeiro e Institucional da Fenapaes, João Batista e José Marcos. Ainda estiveram presentes pessoas com deficiência e suas famílias, personalidades e autoridades, como o deputado estadual Rosemberg Pinto; o secretário nacional de Paradesporto (SNPAR) do Ministério do Esporte (MEsp), Fabio Araujo; e o diretor do Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Edgilson Tavares.
O evento integrou a programação de ações da Feapaes baiana para a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 2025, no intuito de celebrar conquistas e conscientizar a sociedade brasileira acerca da luta contínua pelos direitos dessas pessoas e suas famílias. Além disso, a solenidade marcou o lançamento da primeira edição do Prêmio Reconhecer, iniciativa da Federação estadual que simboliza as origens e a força que sustentam o movimento apaeano. O prof. Jarbas foi contemplado com a honraria Atuação Institucional. As outras dez categorias são: Inspiração, Esporte, Protagonismo, Artes, Comunicação, Gestão Pública, Ensino e Pesquisa, Defesa e Garantia de Direitos, Ação Social e Menção Honrosa.
“Essa homenagem é muito mais do que só para mim; ela é para toda a Federação Nacional das Apaes, para a nossa diretoria [executiva], para os nossos funcionários. E podem ter certeza que a forma como nós vamos continuar retribuindo a todos vocês é com o nosso trabalho e a nossa dedicação”, afirmou.
Inclua nossa voz
Durante o seu discurso, o presidente da Fenapaes destacou a importância da escuta dos desejos das pessoas com deficiência, pontuando, ainda, o que esperam receber da sociedade, a exemplo de respeito, oportunidade e serem ouvidos.
“A partir daquilo que nós ouvimos deles, dos desejos deles, vendo-os e interpretando o que eles desejam, é que eles terão suas vidas transformadas e respeitadas dentro da sociedade”, afirmou o prof. Jarbas Feldner, frisando o vigor do tema da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 2025 – “Deficiência não define. Oportunidade transforma. Inclua nossa voz!” –, construído de forma ativa e colaborativa pelos autodefensores. “Esse é o grito que nós estamos levando para toda a sociedade brasileira. Incluam nossa voz, nos ouçam, deixem que manifestemos aquilo que queremos e como devemos caminhar”, acrescentou.
O líder do movimento apaeano aproveitou a ocasião para reforçar o comprometimento da atual gestão da Fenapaes em potencializar a Rede Apae Brasil, atualmente presente em 26 estados e no Distrito Federal e em 2.265 municípios, visando à melhoria contínua dos programas e serviços prestados às pessoas com deficiência e suas famílias nas áreas de assistência social, educação, saúde, inclusão no mundo trabalho, esporte, arte e cultura, entre outras.
O vice-presidente Léo Loureiro corroborou as palavras do prof. Jarbas, salientando a dimensão do trabalho desenvolvido pela Rede Apae, bem como a relevância da articulação política para a causa das pessoas com deficiência e suas famílias.
“Saio daqui com um sentimento de gratidão, de dever cumprido e de saber que a gente está no caminho certo. Como costumo dizer: nós não carregamos bandeira, porque bandeira se carrega e se deixa. Nós temos missão de vida”, disse.
Políticas públicas
A presidente Feapaes da Bahia, Moana Meira, realçou que o ato público ocorrido na Assembleia Legislativa precisa ser entendido como uma oportunidade de reconhecimento, e não somente como mais um evento.
“Que seja um marco, um ponto de partida para que, de fato, a voz das pessoas com deficiência seja ouvida e respeitada. Que nossa voz, além de ser incluída, também seja a voz principal na construção de políticas públicas para o presente no qual estamos vivendo”, ressaltou.
Já o presidente da Apae de Salvador, Derval Evangelista, sublinhou que a Semana Nacional é um momento de reflexão e ação, e que, apesar de conquistas e avanços, as pessoas com deficiência e suas famílias enfrentam desafios diariamente. Segundo Derval, valorizar a diversidade é uma responsabilidade de toda a sociedade.
“Acreditar no potencial de cada pessoa, independentemente de suas limitações, é um ato de humanidade e de visão. Porque uma sociedade que valoriza a diversidade é uma sociedade que se fortalece em todos os aspectos”, declarou.
União e visibilidade
Ao abordar a importância da escuta ativa e do acesso a oportunidades, Ítalo Leonardo salientou que o tema da Semana Nacional de 2025 é um lembrete de que cada pessoa tem valor, potencial e o direito de ser ouvido, respeitado e incluído.
“Nós, pessoas com deficiência, não somos invisíveis nem incapazes. Temos sonhos, talentos e muito a contribuir com a sociedade, mas para que isso aconteça, precisamos de oportunidade”, afirmou o autodefensor. “A luta por acessibilidade e inclusão não é apenas nossa, é uma luta de toda a sociedade, porque uma sociedade só é verdadeiramente justa quando é construída com todos e para todos”, completou.
Já para Agda Alves, a campanha é um momento de visibilidade, sendo uma ferramenta para lutar por direitos e de combater o preconceito e a discriminação. De acordo com a autodefensora, a deficiência jamais a impediu de sonhar.
“O que muitas vezes me impediu foi falta de acesso, inclusão e escuta. Queremos participar das decisões, estar nas discussões sobre políticas e que a acessibilidade não seja um favor, mas uma obrigação cumprida com dignidade”, destacou Agda, evidenciando a necessidade de ouvir e dar vez e voz às pessoas com deficiência. “A minha presença aqui é uma prova de que quando alguém acredita, quando a família apoia, quando a Apae fortalece, quando o poder público escuta, nós conseguimos chegar longe. Mas ainda temos muito a conquistar, porque há portas fechadas.”