Projeto nasceu de oficina do Instituto 'MeViro'. Ideia é unir pessoas com deficiência e voluntários para desenvolver soluções de baixo custo e compartilhar na web.
Alfinete, papelão e elástico aproximaram Élcio Cunha dos números. Com apenas 5% de visão, o estudante da rede pública do Distrito Federal conseguiu, finalmente, começar a compreender gráficos. A solução foi desenvolvida pelo próprio Élcio e por voluntários em uma oficina do Instituto MeViro.
O MeViro estimula pessoas com alguma habilidade a criar soluções de baixo custo para pessoas com deficiência. Depois, o projeto é compartilhado em um site. A ideia dos organizadores é estimular a cultura do 'faça você mesmo' e compartilhar as criações com outras pessoas.
'Esse projeto está me dando essa oportunidade de sentir melhor como é que seria o gráfico. Pra vocês visualmente falando, mas, pra mim, sentindo', afirmou o estudante.
O cientista da computação Marcos Roberto Oliveira é o responsável pela ideia. Há dois anos, ele começou um projeto de produzir próteses com impressora 3D e, desde então, se dedica ao empreendedorismo social.
'As oficinas conectam pessoas com deficiência com pessoas com habilidade de construir algo. Essa pessoa fala dos problemas que tem no dia a dia e as pessoas do grupo vão pensar em soluções para aquele problema.' A ideia de fazer a oficina em conjunto é para unir os desenvolvedores e os futuros usuários do produto.
A pessoa com deficiência participa de todo o processo de produção e dá feedbacks sobre o protótipo antes dele ser compartilhado na internet. Em uma oficina em Brasília nesta semana em parceria com a Casa Thomas Jefferson, que foi focada nas necessidades de deficientes visuais, também foram desenvolvidos mapas com relevos e instumentos para auxiliar na educação musical.
O grupo promove oficinas para empresas e patrocinadores. Os interessados podem consultar preços e entrar em contato pelo site. Também é possível se cadastrar para ser embaixador do programa e participar das oficinas, sem custos. G1